Paulo Sousa, Presidente do SUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, apresentou e debateu “O futuro e a inovação no suporte hospitalar”, numa sessão que decorreu no Palácio Nacional de Queluz.

Nesta iniciativa, promovida pela APEGSAUDE – Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde, Paulo Sousa começou por apresentar o SUCH, chamando a atenção para o enorme rasgo de inovação que foi a constituição, em 1966, através de um diploma legal, de uma solução de “serviços de utilização comum” – que, hoje, se designaria de serviços partilhados – com vista a responder a um desafio muito concreto: os problemas de exploração económica e de organização que as atividades de suporte hospitalar suscitavam aos hospitais, excedendo a capacidade destes, quando desenvolvidas isoladamente.

Perante tal desafio, referiu Paulo Sousa que, tem sido missão do SUCH – há mais de cinco décadas – colocar em comum os meios que suportam as áreas instrumentais à atividade da prestação de cuidados de saúde, missão que, em 2015, foi reforçada através do reconhecimento da atividade do SUCH – também por diploma legal – como uma atividade de interesse público, através da disponibilização de serviços partilhados de apoio à prestação de cuidados de saúde às entidades do SNS.

Paulo Sousa sublinhou ainda que, tem sido um percurso de constante evolução e crescimento da atividade do SUCH, o qual se iniciou na área das Instalações e Equipamentos, com um forte investimento na Engenharia, seja na Manutenção, Projetos e Obras, Segurança e Controlo Técnico, mas passando também pela Energia e, mais recentemente pela Metrologia.

Ainda no âmbito do percurso evolutivo do SUCH, salientou o alargamento da atividade às áreas de logística hospitalar, com o desenvolvimento de respostas na área das lavandarias, alimentação e limpeza e, mais recentemente na esterilização, constituindo as denominadas áreas do SUCH Ambiente e SUCH Nutrição.

Finalmente, considerou ainda ser de realçar, o desenvolvimento de uma nova área de atividade – que se encontra ainda em franca expansão – designada de “SUCH Serviços”, no âmbito da qual o SUCH disponibiliza soluções comuns para a gestão de arquivos, parques de estacionamento e transportes.

Em suma, salientou que o SUCH é hoje – e há mais de 50 anos – um instrumento importante de autossatisfação das necessidades das instituições do Serviço Nacional de Saúde, dando resposta em 14 áreas distintas, contando com uma estrutura de mais de 3500 trabalhadores e um orçamento de cerca de 140 milhões de euros, sendo que, para Paulo Sousa, seja de uma perspetiva pessoal – enquanto trabalhador do SUCH há mais de 33 anos – seja de uma perspetiva institucional – enquanto membro do Conselho de Administração, há mais de 12 – o segredo está na construção sobre três pilares: (i) manter a vocação original do SUCH, garantindo a prestação de serviços comuns aos hospitais; (ii) manter a especificidade dos serviços que presta relativamente à atividade hospitalar, sem cair na tentação de intervir ou de se envolver em áreas gerais ou de prestação de cuidados; (iii) apresentar-se sempre como uma solução à qual os hospitais podem recorrer, sem que a tal estejam obrigados.

Nesse sentido, terminou garantindo que o futuro do SUCH passará sempre pela prossecução da sua missão, com base nestes três pilares, focada na identificação das necessidades dos hospitais e na disponibilização das melhores e mais inovadoras soluções, colocadas ao serviço dos seus associados.

Na segunda parte da sessão, Paulo Sousa respondeu a diversas questões levantadas pelos participantes, especialistas na área da Saúde e representantes de diferentes organizações, que abordaram temas tão distintos como energia, tratamento de resíduos, armazenamento e distribuição de medicamentos e dispositivos médicos, reprocessamento de dispositivos médicos, equipamentos hospitalares, electromedicina, entre outros, bem como o papel desempenhado pelo SUCH como regulador do mercado, quando não estão em causa áreas em que nem aquele nem os Associados têm capacidade de resposta.

Na verdade, o SUCH assume uma função de regulador material em áreas onde o mercado dispõe de um número reduzido de atores ou em que alguns deles detêm um peso dominante, acabando o SUCH por garantir, pela via da contenção, a prática de preços e de condições adequadas e aceitáveis, que impedem as práticas concertadas de mercado. Importa salientar que este desempenho é muito relevante para a sustentabilidade do SNS e que o mesmo só é possível se o SUCH continuar a prestar serviços de qualidade de modo a assegurar a preferência dos Associados.

 

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