Modelo foi testado durante a pandemia com sucesso. É agora necessário definir um modelo logístico e tecnológico.
O serviço de dispensa de proximidade de medicamentos pode ser massificado no território nacional? Esta foi a pergunta central do debate no podcast mensal “Pela Sua Saúde” da APIFARMA, que contou com a presença de Ema Paulino, Presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF) e de Paulo Sousa, Presidente do Conselho de Administração do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH).
Ema Paulino deixou a garantia que “as farmácias estão aptas a imediatamente poder incorporar este novo serviço”. Para a presidente da Associação Nacional das Farmácias, “os próximos passos são massificar toda a componente logística de apoio a este modelo e adaptar do ponto de vista tecnológico todos os intervenientes.”
O objetivo é “aproximar a dispensa às pessoas na comunidade em que se inserem”, referiu a presidente da ANF. “Até agora, há medicamentos que são dispensados em ambulatório hospitalar, mas não há nenhum condicionante técnico para que não sejam dispensados nas farmácias comunitárias ou ao domicílio.”
O modelo de dispensa de proximidade foi testado durante a pandemia. E, para Paulo Sousa, “veio provar que é possível continuar este acompanhamento dos doentes crónicos controlados através de medidas de proximidade, que foram baptizadas como metodologias de dispensa em proximidade.” Para o presidente do conselho de administração do SUCH, durante este período, “a maioria dos doentes que puderam optar”, preferiram recorrer à dispensa nas “farmácias de oficina ou comunitárias”, seguido do domicílio e, “numa forma muito residual optaram também pelos centros de saúde”.
Durante esta fase, recordou Ema Paulino, “as farmácias comunitárias envolveram-se de forma muito proativa” e têm avaliado, em todo o território nacional, variáveis importantes para a dispensa de proximidade, como “adesão à terapêutica, absentismo laboral, satisfação das pessoas, confidencialidade, o estigma que acompanha algumas patologias para as quais estes medicamentos são dispensados.” A presidente da ANF referiu que “os próximos passos são os de massificar toda a componente logística de apoio a este modelo.”
Paulo Sousa referiu a ambição do SUCH ser o “elo de ligação entre os players (os hospitais e a indústria, os hospitais e as farmácias e os distribuidores através da indústria”, através de um que já foi desenhado. “O SUCH seria o integrador, constituindo-se num hub logístico e num hub de informação para permitir um rigoroso controlo deste processo e permitir uma solução económica e uma solução que fosse de facto universal, gratuita e igual para todos os portugueses, morassem eles em Trás-os-Montes, nas Beiras, no Algarve ou no centro de Lisboa e do Porto.”
Ouça o podcast na íntegra aqui.
Fonte: https://www.apifarma.pt/media/noticias/farmacias-aptas-para-dispensa-de-proximidade-de-medicamentos/